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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

PORQUE ÉS RIO



PORQUE ÉS RIO
Chamei-te rio pela beleza que a  palavra me sugere

Te fazes rio  porque o barulho das tuas águas é canção alegre
convite a que conheçamos Quem te fez rio de fato

Porque és rio?
Porque emprestas, generosamente, tuas águas (teu jeito de ser) e convidas os aflitos a refrigerarem suas almas na Água Maior

Porque és rio não te conformas às estreitas barrancas e abres caminho para a palavra-viva que vem do Alto
Mas só és rio porque, generosamente, te colocas a serviço de Deus
E  na canção que faz tuas águas (tua voz) há um convite para que vivamos todos Nele

Como te fazes rio?
Na medida em que todos acolhes  e  permites  galhos secos  navegarem na direção da Água-Vida do mesmo modo que abrigas seixos brilhantes  (almas restauradas) em teu convívio

Rio no qual me ponho feliz e de alma renovada pois orgulhosa sinto que  ajudei a esculpir  teu leito (agora rio), antes apenas promessa - riacho estreito

Feliz páro às tuas margens, espelho-me em tuas águas  (teu viver)
Vejo em  ti meu reflexo (teus exemplos)
e banho-me, contente, na água do Amor Maior que me reapresentas e na qual há muito não entrava por querer caminhar sem apreciar a paisagem, fazendo da pressa um modo de vida

Agradecida sou pelo privilégio de ver-te de mim nascida. Nem todas as mães  têm um rio particular!

Feliz mesmo sou agora, quando páro às tuas margens, sento-me em tua praia, descanso, ouço  o convite  que há no som das tuas águas generosas e entendo que preciso andar mais perto Daquele que nos fez

Renovada,  aceito o convite e volto ao convívio Dele outra vez.

domingo, 20 de janeiro de 2013


A LOUCA
Refém de sons inebria-se a  louca
Procurando a melhor forma
E da rima o melhor  tom
Vive assim, uma santa em letra envolta

Outras vezes, uma  amante
muito simples, toda nua
Se oferece aos passantes
ao homem sério,  à toda a rua

Sem lugar e nem parada
Na estante,  na escada
Adentra as casas, a sacristia
inunda o dia, a madrugada
ora santa, ora vadia

Lava a alma dos aflitos
A mulher séria, o doutor, o bispo
feito  prece, carnaval e futebol
Nem o menino escapa a isto!

É em mim fogo selvagem
Grita no peito, a garganta arde
Nasce um verso que adoça a boca
me atiça igual um homem

Dou à luz: mais uma filha!
(Fazer verso é dor de parto!!!)
Sê bem vinda, óh desvairada
Santa e louca poesia!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A VOZ


Longe a  voz,  contemplo teu retrato

Vejo em teu olhar a firmeza de caráter
Que tua fala já me fez notar

Gasto meus olhos nos teus e passo o dia
Mas não me basta o teu rosto.
Apaixona-me a voz!
Não a tenho, então faço poesia!

Quero a voz-música que atiçou  meus sentidos
(quem já se apaixonou por uma voz, levante o dedo!)

Quero a voz assertiva:
Paixão e doçura na medida

Procura-se uma voz
A voz que ora e quer amar com paixão
A voz que procura outra voz
Pra fechar essa equação


Quero a voz que acarinha os meus ouvidos

Mas onde está? Alguém a ouviu?
Poesia, leva o que escrevo e  calo
Não sou boa falando, não sou boa de fato!

Mas escrevendo te direi:
Cristo me sorriu na tua voz!
Preciso de ti na minha vida
Já sinto tua falta

Sei que me apaixonei!!